Endometriose e Alimentação
- Ana Carolina Reis Teixeira
- 10 de mar.
- 2 min de leitura
De forma simples, a endometriose é uma condição em que o tecido que reveste o útero cresce fora dele, causando lesões, dor e, em alguns casos, dificuldade para engravidar. Esse tecido pode afetar órgãos como ovários, trompas e intestino.
A escolha do tratamento deve ser feita com um médico, considerando os sintomas e planos reprodutivos do paciente. No entanto, uma mudança no estilo de vida, principalmente na alimentação, pode ser uma ferramenta importante no controle da doença, e é nesse ponto que a nutrição faz a diferença.
Reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados é a principal recomendação. Quanto mais comida de verdade, alimentos in natura e minimamente processados, melhor.
O excesso de carne vermelha está associado ao aumento do estrogênio, a alterações na microbiota intestinal e a um efeito pró-inflamatório, fatores que podem agravar os sintomas da endometriose. Reduzir a ingestão desse tipo de proteína também é uma orientação.
Não há necessidade de excluir glúten ou lactose da alimentação, a menos que o paciente tenha intolerância ou alergia alimentar comprovada. De todo modo, é essencial reduzir o consumo de carboidratos simples. O rodízio de alimentos à base de farinha branca e açúcar é uma medida interessante para evitar que esses ingredientes sejam a base da alimentação da paciente com endometriose.
O aumento do consumo de fibras é fundamental, pois contribui para o equilíbrio intestinal e auxilia na eliminação do excesso de estrogênio. Além disso, é importante limitar a ingestão de álcool e cafeína, que pode ter impacto negativo sobre os sintomas.
Algumas pacientes também apresentam maior sensibilidade a alimentos com potencial de fermentação (Fodmaps), o que pode gerar desconforto abdominal. Identificar e ajustar o consumo desses alimentos pode melhorar significativamente a qualidade de vida.
A suplementação pode ser uma aliada no controle da endometriose. Estudos indicam possíveis benefícios com ômega-3, resveratrol, N-acetilcisteína, curcumina... devido às suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. Mas vale ressaltar que não adianta investir em suplementação se houver alta ingestão de alimentos refinados, fast food, ultraprocessados e baixo consumo de frutas, vegetais e grãos integrais.
E ai a gente volta naquela velha história de que o básico bem feito será sempre a melhor opção!

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